Introdução

 1.   Nós, chefes de Estado e de Governo e altos representantes, reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York de 25 a 27 de setembro de 2015 no momento em que a Organização comemora seu septuagésimo aniversário, decidimos hoje sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais.

 2.  Em nome dos povos que servimos, nós adotamos uma decisão histórica sobre um conjunto de Objetivos e metas universais e transformadoras que é abrangente, de longo alcance e centrado nas pessoas. Comprometemo-nos a trabalhar incansavelmente para a plena implementação desta Agenda em 2030. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Estamos empenhados em alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões – econômica, social e ambiental – de forma equilibrada e integrada. Também vamos dar continuidade às conquistas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e buscar atingir suas metas inacabadas.

 3.  Nós resolvemos, entre agora e 2030, acabar com a pobreza e a fome em todos os lugares; combater as desigualdades dentro e entre os países; construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas; proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas; e assegurar a proteção duradoura do planeta e seus recursos naturais. Resolvemos também criar condições para um crescimento sustentável, inclusivo e economicamente sustentado, prosperidade compartilhada e trabalho decente para todos, tendo em conta os diferentes níveis de desenvolvimento e capacidades nacionais.

 4.   Ao embarcarmos nesta grande jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém será deixado para trás. Reconhecendo a dignidade da pessoa humana como fundamental, queremos ver os Objetivos e metas cumpridos para todas as nações e povos e para todos os segmentos da sociedade. E faremos o possível para alcançar, em primeiro lugar, aqueles que ficaram mais para trás.

 5.  Esta é uma Agenda de alcance e significado sem precedentes. Ela é aceita por todos os países e é aplicável a todos, levando em conta diferentes realidades nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento e respeitando as políticas e prioridades nacionais. Estes são objetivos e metas universais que envolvem todo o mundo, igualmente os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Eles são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável.

 6.   Os Objetivos e metas são o resultado de mais de dois anos de consulta pública intensiva e envolvimento junto à sociedade civil e outras partes interessadas em todo o mundo, prestando uma atenção especial às vozes dos mais pobres e mais vulneráveis. Esta consulta incluiu o valioso trabalho realizado pelo Grupo de Trabalho Aberto sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Geral e pelas Nações Unidas, cujo secretário-geral apresentou um relatório síntese em dezembro de 2014.

 

Nossa visão

 7.    Nestes Objetivos e metas, estamos estabelecendo uma visão extremamente ambiciosa e transformadora. Prevemos um mundo livre da pobreza, fome, doença e penúria, onde toda a vida pode prosperar. Prevemos um mundo livre do medo e da violência. Um mundo com alfabetização universal. Um mundo com o acesso equitativo e universal à educação de qualidade em todos os níveis, aos cuidados de saúde e proteção social, onde o bem-estar físico, mental e social estão assegurados. Um mundo em que reafirmamos os nossos compromissos relativos ao direito humano à água potável e ao saneamento e onde há uma melhor higiene; e onde o alimento é suficiente, seguro, acessível e nutritivo. Um mundo onde habitats humanos são seguros, resilientes e sustentáveis, e onde existe acesso universal à energia acessível, confiável e sustentável.

 8.   Prevemos um mundo de respeito universal dos direitos humanos e da dignidade humana, do Estado de Direito, da justiça, da igualdade e da não discriminação; do respeito pela raça, etnia e diversidade cultural; e da igualdade de oportunidades que permita a plena realização do potencial humano e contribua para a prosperidade compartilhada. Um mundo que investe em suas crianças e em que cada criança cresce livre da violência e da exploração. Um mundo em que cada mulher e menina desfruta da plena igualdade de gênero e no qual todos os entraves jurídicos, sociais e econômicos para seu empoderamento foram removidos. Um mundo justo, equitativo, tolerante, aberto e socialmente inclusivo em que sejam atendidas as necessidades das pessoas mais vulneráveis.

 9.   Prevemos um mundo em que cada país desfrute de um crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável e de trabalho decente para todos. Um mundo em que os padrões de consumo e produção e o uso de todos os recursos naturais – do ar à terra; dos rios, lagos e aquíferos aos oceanos e mares – são sustentáveis. Um mundo em que a democracia, a boa governança e o Estado de Direito, bem como um ambiente propício em níveis nacional e internacional, são essenciais para o desenvolvimento sustentável, incluindo crescimento econômico inclusivo e sustentado, desenvolvimento social, proteção ambiental e erradicação da pobreza e da fome. Um mundo em que o desenvolvimento e a aplicação da tecnologia são sensíveis ao clima, respeitem a biodiversidade e são resilientes. Um mundo em que a humanidade viva em harmonia com a natureza e em que animais selvagens e outras espécies vivas estão protegidos.

 

Nossos princípios e compromissos compartilhados

 10.  A nova Agenda é guiada pelos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo o pleno respeito pelo direito internacional. Fundamenta-se na Declaração Universal dos Direitos Humanos, tratados internacionais de direitos humanos, a Declaração do Milênio e os resultados da Cúpula Mundial de 2005. Ela é informada por outros instrumentos, tais como a Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento.

 11.  Reafirmamos os resultados de todas as grandes conferências e cúpulas das Nações Unidas que estabeleceram uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e ajudaram a moldar a nova Agenda. Estas incluem a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável; a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social; o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, a Plataforma de Ação de Pequim; e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Reafirmamos também a continuidade dada a estas conferências, incluindo os resultados da Quarta Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos, a Terceira Conferência Internacional sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento; a Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Países em Desenvolvimento Sem Litoral; e da Terceira Conferência Mundial da ONU sobre a Redução do Risco de Desastres.

 12.   Reafirmamos todos os princípios da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, incluindo, entre outros, o princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas, tal como estabelecido no princípio 7º desta Declaração.

 13.  Os desafios e compromissos contidos nestas grandes conferências e cúpulas são inter-relacionados e exigem soluções integradas. Para resolvê-los de forma eficaz, é necessária uma nova abordagem. O desenvolvimento sustentável reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, o combate às desigualdades dentro dos e entre os países, a preservação do planeta, a criação do crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável e a promoção da inclusão social estão vinculados uns aos outros e são interdependentes.

 

Nosso mundo hoje

 14.    Encontramo-nos num momento de enormes desafios para o desenvolvimento sustentável. Bilhões de cidadãos continuam a viver na pobreza e a eles é negada uma vida digna. Há crescentes desigualdades dentro dos e entre os países. Há enormes disparidades de oportunidades, riqueza e poder. A desigualdade de gênero continua a ser um desafio fundamental. O desemprego, particularmente entre os jovens, é uma grande preocupação. Ameaças globais de saúde, desastres naturais mais frequentes e intensos, conflitos em ascensão, o extremismo violento, o terrorismo e as crises humanitárias relacionadas e o deslocamento forçado de pessoas ameaçam reverter grande parte do progresso do desenvolvimento feito nas últimas décadas. O esgotamento dos recursos naturais e os impactos negativos da degradação ambiental, incluindo a desertificação, secas, a degradação dos solos, a escassez de água doce e a perda de biodiversidade acrescentam e exacerbam a lista de desafios que a humanidade enfrenta. A mudança climática é um dos maiores desafios do nosso tempo e seus efeitos negativos minam a capacidade de todos os países de alcançar o desenvolvimento sustentável. Os aumentos na temperatura global, o aumento do nível do mar, a acidificação dos oceanos e outros impactos das mudanças climáticas estão afetando seriamente as zonas costeiras e os países costeiros de baixa altitude, incluindo muitos países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento. A sobrevivência de muitas sociedades, bem como dos sistemas biológicos do planeta, está em risco.

 15.  Este é também, no entanto, um momento de enorme oportunidade. Um progresso significativo foi feito no cumprimento de muitos desafios ao desenvolvimento. Dentro da geração passada, centenas de milhões de pessoas emergiram da pobreza extrema. O acesso à educação aumentou consideravelmente tanto para meninos quanto para meninas. A disseminação da informação e das tecnologias da comunicação e interconectividade global tem um grande potencial para acelerar o progresso humano, para eliminar o fosso digital e para o desenvolvimento de sociedades do conhecimento, assim como a inovação científica e tecnológica em áreas tão diversas como medicina e energia.

 16.  Quase quinze anos atrás, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) foram acordados. Estes forneceram um quadro importante para o desenvolvimento e um progresso significativo foi feito em diversas áreas. Mas o progresso tem sido desigual, particularmente na África, nos países menos desenvolvidos, nos países sem litoral em desenvolvimento e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, e alguns dos ODM permanecem fora dos trilhos, em particular os relacionados com a saúde materna, neonatal e infantil e à saúde reprodutiva. Nos comprometemos com a plena realização de todos os ODM, incluindo os ODM não cumpridos, em particular por meio da assistência focada e ampliada para os países menos desenvolvidos e outros países em situações especiais, em conformidade com os programas de apoio relevantes. A nova Agenda se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e pretende completar o que estes não alcançaram, particularmente em alcançar os mais vulneráveis.

 17.  No seu âmbito de aplicação, no entanto, o quadro que estamos anunciando hoje vai muito além dos ODM. Ao lado das contínuas prioridades de desenvolvimento, tais como a erradicação da pobreza, a saúde, a educação e a segurança alimentar e nutricional, a nova Agenda define um vasto leque de objetivos econômicos, sociais e ambientais. Ela também promete sociedades mais pacíficas e inclusivas. E define também, fundamentalmente, meios de implementação. Refletindo a abordagem integrada pela qual optamos, existem interconexões profundas e muitos elementos transversais ao longo dos novos Objetivos e metas.

 

A nova Agenda

 18.   Nós estamos anunciando hoje 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com 169 metas associadas que são integradas e indivisíveis. Nunca antes os líderes mundiais comprometeram-se a uma ação comum e um esforço via uma agenda política tão ampla e universal. Estamos criando juntos um caminho rumo ao desenvolvimento sustentável, nos dedicando coletivamente à busca do desenvolvimento global e da cooperação vantajosa para todos, que podem trazer enormes ganhos para todos os países e todas as partes do mundo. Reafirmamos que cada Estado tem, e exerce livremente, sua soberania plena e permanente sobre toda a sua riqueza, seus recursos naturais e sua atividade econômica. Vamos implementar a Agenda para o pleno benefício de todos, para a geração de hoje e para as gerações futuras. Ao fazê-lo, reafirmamos nosso compromisso com o direito internacional e enfatizamos que a Agenda deverá ser implementada de uma forma consistente com os direitos e obrigações dos Estados sob o direito internacional.

 19.   Reafirmamos a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como outros instrumentos internacionais relativos aos direitos humanos e ao direito internacional. Enfatizamos as responsabilidades de todos os Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, de respeitar, proteger e promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, sem distinção de qualquer tipo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra opinião, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, deficiência ou qualquer outra condição.

 20.  A efetivação da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas dará uma contribuição essencial para o progresso em todos os Objetivos e metas. Alcançar o potencial humano e do desenvolvimento sustentável não é possível se para metade da humanidade continuam a ser negados seus plenos direitos humanos e oportunidades. Mulheres e meninas devem gozar de igualdade de acesso à educação de qualidade, recursos econômicos e participação política, bem como a igualdade de oportunidades com os homens e meninos em termos de emprego, liderança e tomada de decisões em todos os níveis. Vamos trabalhar para um aumento significativo dos investimentos para superar o hiato de gênero e fortalecer o apoio a instituições em relação à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres nos âmbitos global, regional e nacional. Todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres e meninas serão eliminadas, incluindo por meio do engajamento de homens e meninos. A integração sistemática da perspectiva de gênero na implementação da Agenda é crucial.

 21.   Os novos Objetivos e metas entrarão em vigor no dia 1o de janeiro de 2016 e orientarão as decisões que tomamos ao longo dos próximos quinze anos. Todos nós vamos trabalhar para implementar a Agenda dentro de nossos próprios países e em nível regional e global, tendo em conta as diferentes realidades nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento, e respeitando as políticas e prioridades nacionais. Vamos respeitar o espaço político nacional para um crescimento econômico sustentável, inclusivo e sustentado, em particular para os países em desenvolvimento, mantendo-se compatível com as regras e os compromissos internacionais relevantes. Também reconhecemos a importância das dimensões regionais e sub-regionais, a integração econômica regional e a interconexão no desenvolvimento sustentável. Quadros regionais e sub-regionais podem facilitar a tradução eficaz de políticas de desenvolvimento sustentável em ações concretas em nível nacional.

 22.    Cada país enfrenta desafios específicos em sua busca do desenvolvimento sustentável. Os países mais vulneráveis e, em particular, os países africanos, os países menos desenvolvidos, os países em desenvolvimento sem litoral e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento merecem atenção especial, assim como os países em situações de conflito e pós-conflito. Há também sérios desafios em muitos países de renda média.

 23.    As pessoas que estão vulneráveis devem ser empoderadas. Aqueles cujas necessidades são refletidas na Agenda incluem todas as crianças, jovens, pessoas com deficiência (das quais mais de 80% vivem na pobreza), as pessoas que vivem com HIV/AIDS, idosos, povos indígenas, refugiados, pessoas deslocadas internamente e migrantes. Decidimos tomar medidas e ações mais eficazes, em conformidade com o direito internacional, para remover os obstáculos e as restrições, reforçar o apoio e atender às necessidades especiais das pessoas que vivem em áreas afetadas por emergências humanitárias complexas e em áreas afetadas pelo terrorismo.

 24.   Estamos empenhados em acabar com a pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a erradicação da pobreza extrema até 2030. Todas as pessoas devem desfrutar de um padrão básico de vida, inclusive por meio de sistemas de proteção social. Também estamos determinados a acabar com a fome e alcançar a segurança alimentar como uma questão de prioridade e acabar com todas as formas de desnutrição. Neste sentido, reafirmamos a importância do papel e a natureza abrangente do Comitê de Segurança Alimentar Mundial e damos as boas-vindas à Declaração de Roma sobre Nutrição e o Quadro de Ação. Vamos dedicar recursos para o desenvolvimento das zonas rurais e à agricultura sustentável e à pesca, apoiando os agricultores familiares, especialmente mulheres agricultoras, criadores de animais e pescadores nos países em desenvolvimento, particularmente nos países menos desenvolvidos.

 25.  Comprometemo-nos a fornecer a educação inclusiva e equitativa de qualidade em todos os níveis – na primeira infância, no primário e nos ensinos secundário, superior, técnico e profissional. Todas as pessoas, independentemente do sexo, idade, raça, etnia, e pessoas com deficiência, migrantes, povos indígenas, crianças e jovens, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, devem ter acesso a oportunidades de aprendizagem ao longo da vida que os ajudem a adquirir os conhecimentos e habilidades necessários para explorar oportunidades e participar plenamente da sociedade. Faremos o possível para proporcionar às crianças e jovens um ambiente que propicie a plena realização dos seus direitos e capacidades, ajudando nossos países a colher dividendos demográficos, inclusive por meio de escolas seguras e de comunidades e famílias coesas.

26.  Para promover a saúde física e mental e o bem-estar, e para aumentar a expectativa de vida para todos, temos de alcançar a cobertura universal de saúde e acesso a cuidados de saúde de qualidade. Ninguém deve ser deixado para trás. Comprometemo- nos a acelerar os progressos alcançados até o momento na redução da mortalidade neonatal, infantil e materna, dando um fim a todas essas mortes evitáveis antes de 2030. Estamos empenhados em garantir o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, inclusive para o planeamento familiar, para a informação e para a educação. Iremos igualmente acelerar o ritmo dos progressos realizados na luta contra a malária, HIV/AIDS, tuberculose, hepatite, ebola e outras doenças e epidemias transmissíveis, incluindo a abordagem em relação à crescente resistência antimicrobiana e o problema das doenças negligenciadas que afetam os países em desenvolvimento. Estamos comprometidos com a prevenção e o tratamento de doenças não transmissíveis, incluindo distúrbios de comportamento, de desenvolvimento e neurológicas, que constituem um grande desafio para o desenvolvimento sustentável.

 27.  Nós procuramos construir fundamentos econômicos robustos para todos os nossos países. Crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável é essencial para a prosperidade. Isso só será possível se a riqueza for compartilhada e a desigualdade de renda for combatida. Vamos trabalhar para construir economias dinâmicas, sustentáveis, inovadoras e centradas nas pessoas, promovendo o emprego dos jovens e o empoderamento econômico das mulheres, em particular, e o trabalho decente para todos. Vamos erradicar o trabalho forçado e o tráfico humano e pôr fim ao trabalho infantil em todas as suas formas. Todos os países podem se beneficiar de ter uma força de trabalho saudável e bem-educada com o conhecimento e as habilidades necessárias para o trabalho produtivo e gratificante e a plena participação na sociedade. Vamos fortalecer as capacidades produtivas dos países menos desenvolvidos em todos os setores, inclusive por meio de transformação estrutural. Vamos adotar políticas que aumentem as capacidades de produção, a produtividade e o emprego produtivo; a inclusão financeira; o desenvolvimento sustentável da agricultura, da pecuária e da pesca; o desenvolvimento industrial sustentável; o acesso universal a serviços energéticos acessíveis, confiáveis, sustentáveis e modernos; sistemas de transporte sustentáveis; e infraestrutura de qualidade e resiliente.

 28.   Comprometemo-nos a fazer mudanças fundamentais na maneira como nossas sociedades produzem e consomem bens e serviços. Governos, organizações internacionais, setor empresarial e outros atores não estatais e indivíduos devem contribuir para a mudança de consumo e produção não sustentáveis, inclusive via mobilização, de todas as fontes, de assistência financeira e técnica para fortalecer as capacidades científicas, tecnológicas e de inovação dos países em desenvolvimento para avançar rumo a padrões mais sustentáveis de consumo e produção. Nós encorajamos a implementação do Quadro de Programas sobre Consumo e Produção Sustentáveis, previsto para o prazo de 10 anos. Todos os países tomam medidas, com os países desenvolvidos assumindo a liderança, levando em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento.

 29.  Reconhecemos a contribuição positiva dos migrantes para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável. Reconhecemos também que a migração internacional é uma realidade multidimensional de grande relevância para o desenvolvimento dos países de origem, de trânsito e de destino, o que exige respostas coerentes e globais. Iremos cooperar internacionalmente para garantir uma migração segura, ordenada e regular que envolve o pleno respeito pelos direitos humanos e o tratamento humano dos migrantes, independentemente do status de migração, dos refugiados e das pessoas deslocadas. Essa cooperação deverá também reforçar a resiliência das comunidades que acolhem refugiados, particularmente nos países em desenvolvimento. Destacamos o direito dos migrantes de regressar ao seu país de cidadania, e recordamos que os Estados devem assegurar que os seus cidadãos nacionais que estão retornando sejam devidamente recebidos.

 30.  Os Estados são instados a abster-se de promulgar e aplicar medidas econômicas, financeiras ou comerciais unilaterais que não estejam em conformidade com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas e que impeçam a plena realização do desenvolvimento econômico e social, em particular nos países em desenvolvimento.

 31.    Reconhecemos que a UNFCCC [Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima] é o principal fórum internacional e intergovernamental para negociar a resposta global à mudança climática. Estamos determinados a enfrentar decisivamente a ameaça representada pela mudança climática e pela degradação ambiental. A natureza global da mudança do clima requer a maior cooperação internacional possível visando a acelerar a redução das emissões globais de gases de efeito de estufa e abordar a adaptação aos impactos negativos das mudanças climáticas. Notamos com grave preocupação a diferença significativa entre o efeito agregado dos compromissos de mitigação das Partes em termos de emissões anuais globais de gases de efeito estufa até 2020 e as trajetórias das emissões agregadas consistentes, com uma boa oportunidade para manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C ou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

 32.  Tendo em vista a conferência COP21 em Paris, em dezembro [de 2015], ressaltamos o compromisso de todos os Estados de trabalhar para um acordo climático ambicioso e universal. Reafirmamos que o protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal ao abrigo da Convenção aplicável a todas as partes devem abordar de forma equilibrada, inter alia, mitigação, adaptação, finanças, desenvolvimento e transferência de tecnologia, capacitação e transparência de ação e apoio.

 33.   Reconhecemos que o desenvolvimento econômico e social depende da gestão sustentável dos recursos naturais do nosso planeta. Estamos, portanto, decididos a conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos e mares, recursos de água doce, bem como florestas, montanhas e terras áridas e proteger a biodiversidade, os ecossistemas e a vida selvagem. Nós também estamos determinados a promover o turismo sustentável, combater a escassez de água e a poluição da água, fortalecer a cooperação sobre a desertificação, as tempestades de poeira, a degradação dos solos e a seca e promover a resiliência e a redução do risco de desastres. A este respeito, temos grande expectativa na COP13 da Convenção sobre a Diversidade Biológica, a ser realizada no México em 2016.

 34.    Reconhecemos que o desenvolvimento urbano e a gestão sustentáveis são fundamentais para a qualidade de vida do nosso povo. Vamos trabalhar com as autoridades e as comunidades locais para renovar e planejar nossas cidades e assentamentos humanos, de modo a fomentar a coesão das comunidades e a segurança pessoal e estimular a inovação e o emprego. Vamos reduzir os impactos negativos das atividades urbanas e dos produtos químicos que são prejudiciais para a saúde humana e para o ambiente, inclusive através da gestão ambientalmente racional e a utilização segura das substâncias químicas, a redução e reciclagem de resíduos e o uso mais eficiente de água e energia. E vamos trabalhar para minimizar o impacto das cidades sobre o sistema climático global. Vamos também ter em conta as tendências e projeções populacionais nas nossas estratégias de desenvolvimento e políticas urbanas, rurais e nacionais. Temos grande expectativa na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável em Quito, Equador.

 35.  O desenvolvimento sustentável não pode ser realizado sem paz e segurança; e paz e segurança estarão em risco sem o desenvolvimento sustentável. A nova Agenda reconhece a necessidade de construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas que ofereçam igualdade de acesso à justiça e que são baseadas no respeito aos direitos humanos (incluindo o direito ao desenvolvimento), em um efetivo Estado de Direito e boa governança em todos os níveis e em instituições transparentes, eficazes e responsáveis. Fatores que dão origem à violência, insegurança e injustiça, como a desigualdade, a corrupção, a má governança e os fluxos financeiros e de armas ilegais, são abordados na Agenda. Devemos redobrar os nossos esforços para resolver ou prevenir conflitos e para apoiar os países em situação de pós-conflito, incluindo por meio da garantia de que as mulheres tenham um papel na construção da paz e do Estado. Fazemos um apelo para novas medidas e ações efetivas a serem tomadas, em conformidade com o direito internacional, para remover os obstáculos para a plena realização do direito de autodeterminação dos povos que vivem sob ocupação colonial e estrangeira, que continua a afetar negativamente o seu desenvolvimento econômico e desenvolvimento social, bem como o seu ambiente.

 36.  Comprometemo-nos a promover a compreensão intercultural, a tolerância, o respeito mútuo e uma ética de cidadania global e responsabilidade compartilhada. Reconhecemos a diversidade natural e cultural do mundo e reconhecemos que todas as culturas e civilizações podem contribuir para, e constituem elementos cruciais de desenvolvimento sustentável.

 37.   O esporte é também um importante facilitador do desenvolvimento sustentável. Reconhecemos a crescente contribuição do esporte para a realização do desenvolvimento e da paz ao promover a tolerância e o respeito e as contribuições que fazem para o empoderamento das mulheres e dos jovens, indivíduos e comunidades, bem como aos objetivos da saúde, educação e inclusão social.

 38.  Reafirmamos, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, a necessidade de respeitar a integridade territorial e a independência política dos Estados.

 

Meios de implementação

 39.  A escala e a ambição da nova Agenda exige uma parceria global revitalizada para garantir a sua execução. Nós nos comprometemos plenamente com isso. Esta parceria irá trabalhar em um espírito de solidariedade global, em especial a solidariedade com os mais pobres e com as pessoas em situações vulneráveis. Ele facilitará um engajamento global intensivo em apoio à implementação de todos os Objetivos e metas, reunindo governos, setor privado, sociedade civil, o Sistema das Nações Unidas e outros atores e mobilizando todos os recursos disponíveis.

 40.  As metas sobre os meios de implementação sob o Objetivo 17 e no âmbito de cada ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] são fundamentais para a concretização da nossa Agenda e são de igual importância em relação aos demais Objetivos e metas. A Agenda, incluindo os ODS, pode ser cumprida no âmbito de uma parceria global revitalizada para o desenvolvimento sustentável, apoiada pelas políticas e ações concretas, conforme descrito no documento final da Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, realizada em Adis Abeba de 13 a 16 de julho de 2015. Congratulamo-nos com a aprovação pela Assembleia Geral da Agenda de Ação de Adis Abeba, que é parte integrante da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Reconhecemos que a plena implementação da Agenda de Ação de Adis Abeba é fundamental para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e suas metas.

 41.  Reconhecemos que cada país é o principal responsável pelo seu próprio desenvolvimento econômico e social. A nova Agenda lida com os meios necessários para a implementação dos Objetivos e metas. Reconhecemos que estes incluem a mobilização de recursos financeiros, bem como o reforço das capacidades e a transferência de tecnologias ambientalmente adequadas para os países em desenvolvimento em condições favoráveis, incluindo em condições concessionais e preferenciais, nos termos mutuamente acordados. Finanças públicas, tanto nacionais como internacionais, desempenharão um papel vital na prestação de serviços essenciais e bens públicos e em catalisar outras fontes de financiamento. Reconhecemos o papel do setor privado diverso, desde as microempresas e cooperativas até as multinacionais, bem como o papel das organizações da sociedade civil e as organizações filantrópicas na implementação da nova Agenda.

 42.  Apoiamos a implementação de estratégias e programas de ação relevantes, incluindo a Declaração e Programa de Ação de Istambul, o Roteiro das Modalidades Aceleradas de Ação dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SAMOA, na sigla em inglês), o Programa de Ação de Viena para os Países em Desenvolvimento sem Litoral para a Década 2014-2024, e reafirmamos a importância de apoiar a agenda de 2063 da União Africana e o programa da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), todos parte integrante da nova Agenda. Reconhecemos o grande desafio para a conquista da paz duradoura e do desenvolvimento sustentável em países em situações de conflito e pós-conflito.

 43.   Destacamos que o financiamento público internacional desempenha um papel importante como complemento dos esforços dos países para mobilizar os recursos públicos internamente, especialmente nos países mais pobres e vulneráveis com recursos internos limitados. Uma utilização importante do financiamento público internacional, incluindo a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD, ou ODA na sigla em inglês), é catalisar a mobilização de recursos adicionais de outras fontes, públicas e privadas. Prestadores de AOD reafirmam os respectivos compromissos, incluindo o compromisso de muitos países desenvolvidos, de alcançar o objetivo de 0,7% de AOD no total da Renda Nacional Bruta [RNB] para os países em desenvolvimento e de 0,15% a 0,2% da AOD/RNB para os países menos desenvolvidos.

 44.  Reconhecemos a importância de as instituições financeiras internacionais apoiarem, em conformidade com os respectivos mandatos, o espaço político de cada país, em particular dos países em desenvolvimento. Comprometemo-nos a ampliar e fortalecer a voz e a participação dos países em desenvolvimento – incluindo os países africanos, os países menos desenvolvidos, os países em desenvolvimento sem litoral, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países de renda média – na tomada de decisão econômica, definição de normas internacionais e governança econômica global.

 45.   Reconhecemos também o papel essencial dos parlamentos nacionais através da promulgação de legislação e adoção de orçamentos, bem como seu papel na garantia da responsabilização para a implementação efetiva dos nossos compromissos. Governos e instituições públicas também trabalharão em estreita colaboração na implementação com as autoridades regionais e locais, as instituições sub-regionais, instituições internacionais, universidades, organizações filantrópicas, grupos de voluntários e outros.

 46.  Sublinhamos a importância do papel e da vantagem comparativa de um Sistema das Nações Unidas munido de recursos adequados, relevante, coerente, eficiente e eficaz no apoio à realização dos ODS e do desenvolvimento sustentável. Embora destacando a importância da apropriação nacional reforçada e da liderança em nível nacional, expressamos o nosso apoio ao Diálogo do ECOSOC [Conselho Econômico e Social] em curso sobre o posicionamento de longo prazo do sistema de desenvolvimento das Nações Unidas no contexto dessa Agenda.

 

Acompanhamento e avaliação

 47.  Nossos governos têm a responsabilidade primária de acompanhamento e avaliação, nos níveis nacional, regional e global, em relação ao progresso alcançado na implementação dos Objetivos e metas para os próximos 15 anos. Para apoiar a prestação de contas aos nossos cidadãos, iremos fornecer um acompanhamento e avaliação sistemáticos em vários níveis, tal como estabelecido nesta Agenda e na Agenda de Ação de Adis Abeba. O Fórum Político de Alto Nível, sob os auspícios da Assembleia Geral e do Conselho Econômico e Social [ECOSOC], terá o papel central na supervisão do acompanhamento e da avaliação em nível global.

 48.     Indicadores estão sendo desenvolvidos para ajudar neste trabalho. Dados desagregados de qualidade, acessíveis, atualizados e confiáveis serão necessários para ajudar na medição do progresso e para garantir que ninguém seja deixado para trás. Esses dados são a chave para a tomada de decisões. Dados e informações disponíveis em mecanismos de comunicação devem ser usados sempre que possível. Concordamos em intensificar nossos esforços para reforçar as capacidades estatísticas nos países em desenvolvimento, particularmente os países africanos, os países menos desenvolvidos, os países em desenvolvimento sem litoral, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países de renda média. Estamos comprometidos em desenvolver medidas mais amplas de progresso para complementar o produto interno bruto (PIB).

 

Um chamado à ação para mudar o nosso mundo

 49.  Há setenta anos, uma geração anterior de líderes mundiais se reuniu para criar as Nações Unidas. A partir da divisão e das cinzas da guerra, eles formaram esta Organização e os valores da paz, do diálogo e da cooperação internacional que a fundamentam. A concretização suprema desses valores é a Carta das Nações Unidas.

 50.  Hoje nós também estamos tomando uma decisão de grande significado histórico. Tomamos a decisão de construir um futuro melhor para todas as pessoas, incluindo as milhões às quais foi negada a chance de levar uma vida decente, digna e gratificante e de alcançar seu pleno potencial humano. Nós podemos ser a primeira geração a ter sucesso em acabar com a pobreza; assim como também pode ser a última a ter uma chance de salvar o planeta. O mundo será um lugar melhor em 2030 se alcançarmos os nossos objetivos.

 51.  O que estamos anunciando hoje – uma Agenda para a ação global para os próximos quinze anos – é uma carta para as pessoas e o planeta no século XXI. As crianças e as mulheres e homens jovens são agentes fundamentais de mudança e encontrarão nos novos Objetivos uma plataforma para canalizar as suas capacidades infinitas pelo ativismo em prol da criação de um mundo melhor.

 52.  “Nós, os povos” são as celebradas palavras de abertura da Carta da ONU. E são “nós os povos” que estão embarcando hoje na estrada para 2030. Nossa jornada vai envolver governos, bem como os parlamentos, o Sistema das Nações Unidas e outras instituições internacionais, autoridades locais, povos indígenas, sociedade civil, os negócios e o setor privado, a comunidade científica e acadêmica – e todas as pessoas. Milhões já se envolveram com – e passarão a deter – esta Agenda. É uma Agenda do povo, pelo povo e para o povo – e isto, acreditamos, irá garantir o seu sucesso.

 53.  O futuro da humanidade e do nosso planeta está em nossas mãos. Também está nas mãos da geração mais jovem de hoje, que vai passar a tocha para as gerações futuras. Temos mapeado o caminho para o desenvolvimento sustentável; será para todos nós, para garantir que a jornada seja bem-sucedida e seus ganhos irreversíveis.

 

Objetivos e metas de Desenvolvimento Sustentável

 54.  Na sequência de um processo inclusivo de negociações intergovernamentais, e com base na proposta do Grupo de Trabalho Aberto sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável1, que inclui um caput contextualizando este último, são os seguintes os Objetivos e metas que acordamos.

 55.  Os ODS e metas são integrados e indivisíveis, de natureza global e universalmente aplicáveis, tendo em conta as diferentes realidades, capacidades e níveis de desenvolvimento nacionais e respeitando as políticas e prioridades nacionais. As metas são definidas como aspiracionais e globais, com cada governo definindo suas próprias metas nacionais, guiados pelo nível global de ambição, mas levando em conta as circunstâncias nacionais. Cada governo também vai decidir como essas metas aspiracionais e globais devem ser incorporadas no processos, políticas e estratégias nacionais de planejamento. É importante reconhecer o vínculo entre o desenvolvimento sustentável e outros processos relevantes em curso nos campos econômico, social e ambiental.

 56.   Ao decidir sobre esses Objetivos e metas, reconhecemos que cada país enfrenta desafios específicos para alcançar o desenvolvimento sustentável, e ressaltamos os desafios especiais que enfrentam os países mais vulneráveis e, em particular, os países africanos, países menos desenvolvidos, os países em desenvolvimento sem litoral, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, bem como os desafios específicos que enfrentam os países de renda média. Países em situações de conflito também precisam de atenção especial.

57.   Reconhecemos que os dados de referência para várias das metas permanecem indisponíveis, e pedimos um maior apoio para o fortalecimento da coleta de dados e do desenvolvimento de capacidades nos Estados-membros para desenvolver dados de referência nacionais e globais onde eles ainda não existam. Comprometemo-nos a corrigir essa falha na coleta de dados, de modo a informar melhor a medição do progresso, em particular para aquelas metas em que não há metas numéricas claras.

 58.  Nós encorajamos os esforços em curso pelos Estados em outros fóruns para tratar de questões-chave que representam potenciais desafios para a implementação da nossa Agenda; e nós respeitamos os mandatos independentes desses processos. Pretendemos que a Agenda e sua implementação possa apoiar, sem prejudicá-los, estes outros processos e as decisões aí tomadas.

59.  Reconhecemos que existem diferentes abordagens, visões, modelos e ferramentas disponíveis para cada país, de acordo com suas circunstâncias e prioridades nacionais, para alcançar o desenvolvimento sustentável; e reafirmamos que o planeta Terra e seus ecossistemas são a nossa casa comum e que a "Mãe Terra" é uma expressão comum em vários países e regiões.


Por Fundação Antonio Meneghetti 17 de junho de 2025
A 10ª edição do Code Race, hackaton do curso de Sistemas de Informação da AMF, reuniu nos dias 13 e 14 de junho 45 equipes e 215 participantes no auditório principal da Faculdade Antonio Meneghetti. Em 10 horas de competição, que se encerraram às 7h da manhã de sábado, os 39 times de estudantes e seis de profissionais tiveram que desenvolver uma solução digital para Inteligência Artificial Aplicada. Foram premiados os três primeiros lugares das duas categorias (estudantes e profissionais). Na categoria de equipes profissionais, o 1° lugar ficou com a equipe Chmod777 , o 2° lugar com a Forte Developers e o 3° lugar com a Zorgen . Já na categoria de equipes de estudantes, o 1° lugar foi conquistado pela equipe TecnoAMF , o 2° lugar pela Error 404: Name Not Found e o 3° lugar pela TechNitro . A maratona reuniu participantes tanto da AMF como de outras faculdades, ensino médio e técnico. Coordenador do Code Race, o professor Cristiano De Faveri destaca que a primeira edição contou com três alunos e hoje, uma década após, é uma referência na região. “O Code Race tem um grande valor como formação. Primeiro, porque o desafio precisa ser tecnicamente resolvido em um determinado tempo, é preciso entregar a solução e não apenas um protótipo; segundo, porque é incentivada a mescla das equipes, a multidisciplinaridade e variadas competências; e, terceiro, porque a construção é colaborativa e isso no meio empresarial tem um valor inestimável. Todos chegam na segunda energizados. Há briga, discussão, divergência, mas ao final todos convergem.” De Faveri afirma ainda que o evento, além de divulgar o trabalho dos estudantes, é uma grande vitrine para a captação de talentos, com a presença de “olheiros” do mercado. O 10º Code Race teve o patrocínio Diamante da Meta e Forte; Prata da Fundação Antonio Meneghetti, Antonio Meneghetti Faculdade, curso de Sistemas de Informação, Cange, Evolution IT e Moinho Sul; e Bronze da Defensive Secure, Hotel Recanto, Grupo Voalle, Andronik Labs, Pólux Net e Datum.
Por Fundação Antonio Meneghetti 16 de junho de 2025
Casa do Estudante: formação para a vida além da sala de aula O Projeto Casa do Estudante é uma iniciativa da Fundação Antonio Meneghetti que oferece acolhimento e estrutura completa para jovens de outras cidades que desejam estudar e trabalhar na região do Recanto Maestro. Mais do que moradia, o projeto proporciona um ambiente que integra aprendizado, convivência e desenvolvimento pessoal. São dois prédios — um masculino e outro feminino — situados junto à Antonio Meneghetti Faculdade (AMF), além da Casa do Estudante Extensão, localizada no Condomínio Residencial Recanto Maestro. Cada espaço é pensado para promover a autonomia, o senso de responsabilidade e a vivência em comunidade. Com base em um método pedagógico-educativo, os moradores são incentivados a cuidar dos ambientes em que vivem. A organização do espaço — desde a limpeza dos quartos até o zelo pelas áreas comuns — faz parte do processo de desenvolvimento de habilidades práticas e comportamentais importantes para a vida adulta. Como explica Alessandra Xavier: “A gente tem um conceito na Ontopsicologia que é o mericismo cotidiano, ou seja, fazendo as pequenas coisas, como, por exemplo, fazer a própria cama, arrumar as coisas da casa, ter uma ordem não só na Casa do Estudante, mas ela também reflete na nossa vida.” Os próprios moradores relatam os impactos positivos da experiência. Richard Matge compartilha: “No início, eu pensei que poderia ser um pouco desafiador e tudo mais, mas acabou que foi se desenvolvendo de uma forma muito fluida. Foi, na verdade, bom para o meu desenvolvimento, tanto em habilidades organizacionais, em ter que dividir espaços, em ter que organizar tudo certinho.” Já Emili Cappa destaca o sentimento de pertencimento desde o primeiro contato com o local: “Eu fui conhecer a casa do estudante e quando eu conheci aquele lugar eu já sabia que ia ser ali que eu ia morar.” A Casa do Estudante reafirma, assim, seu papel como um espaço de formação integral, onde viver com outros jovens se torna também uma forma de aprender, crescer e construir bases sólidas para o futuro.
Por Fundação Antonio Meneghetti 16 de junho de 2025
Ação educativa reúne projetos da Fundação Antonio Meneghetti para conscientizar alunos sobre sustentabilidade e alimentação saudável. Dando continuidade às atividades do Oikos Summit: Inteligência Sustentável , o mascote Oikinhos esteve presente na Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom Érico Ferrari, reforçando o compromisso da Fundação Antonio Meneghetti com a educação ambiental desde os primeiros anos escolares. A ação foi realizada em conjunto com três projetos da Fundação: Despertando a Formação Inteligente por meio da Leitura , Cultivando o Saber Fazer , Coleção Fanciullo e Oikos Coleta Seletiva  . As atividades integradas tiveram como objetivo sensibilizar os estudantes sobre a importância da separação correta dos resíduos sólidos. Durante a programação, os projetos apresentaram uma narrativa lúdica que abordou de forma didática e criativa a temática do descarte consciente do lixo. Ao final, os alunos foram presenteados com uma cesta de frutas e hortaliças colhidas diretamente da horta do projeto Cultivando o Saber Fazer , promovendo ainda mais o vínculo entre sustentabilidade, alimentação saudável e práticas pedagógicas. A atividade foi realizada na sexta-feira, 13 de junho, e faz parte da agenda de ações da Fundação Antonio Meneghetti em celebração ao Mês do Meio Ambiente.
Por Fundação Antonio Meneghetti 10 de junho de 2025
Performance garante a participação no 27º Encontro de Violoncelos do RS A Orquestra Jovem Recanto Maestro conquistou mais três prêmios. As alunas Isabela Lopes Penna, 10 anos, Maria Renata Berger, 17, e Esther Radiske, 18, ganharam os três primeiros lugares nas categorias A, B e C do 7º Concurso Jovem Violoncelista Solista do RS Jean-Jacques Pagnot. A performance no evento, que aconteceu no dia 7 de junho e foi promovido pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), habilita as três jovens musicistas a se apresentar no 27º Encontro de Violoncelos do RS, de 30 de junho a 4 de julho, também em Porto Alegre. O concurso, aberto para participantes de até 30 anos, foi dividido em categorias em função da complexidade do repertório, sendo a C a mais complexa. Entre os objetivos do certame, destacam-se o incentivo ao estudo individual e sério do violoncelo aos jovens que moram no Estado e a descoberta de novos talentos. Para o coordenador-executivo da OJRM, Michael Fragomeni Penna, o reconhecimento, além de reafirmar o talento e o desenvolvimento artístico das musicistas da OJRM, tem um valor ainda maior: “Foi muito bom participar deste evento, principalmente porque o júri era muito qualificado, formado por profissionais reconhecidos em todo o Brasil pelo apuro técnico e pela seriedade.” Michael destaca que as premiações na UFRGS, assim como as ocorridas no Concorso Musicale Internazionale do Comitato Civico Lizori, na Itália, em maio, são um grande incentivo para que os jovens continuem aperfeiçoando sua formação e se dedicando aos estudos.
Por Fundação Antonio Meneghetti 6 de junho de 2025
Evento contou com diversas participações. Programação segue durante todo mês de junho O Dia Mundial do Meio Ambiente marcou o lançamento do Oikos Summit: Inteligência Sustentável. O evento no dia 5 de junho aconteceu no auditório da Faculdade Antonio Meneghetti, reunindo comunidade, participantes dos projetos da Fundação Antonio Meneghetti (FAM), acadêmicos e professores. O encontro teve diversas participações, com passagens do projeto Cultivando O Saber Fazer, depoimentos de vencedores do edital Formar para Transformar, entre outros temas. Responsável por apresentar a temática Dia da Sustentabilidade: O Poder de Plantar uma Flor, o coordenador do Cultivando Flores, Guilherme Bortoluzzi, destacou a importância de se fazer as pequenas coisas do cotidiano, associando a rega de uma planta como o regar a si mesmo. “A sustentabilidade, em essência, é isso. É a consciência de que cada atitude nossa deixa uma marca. Que o que fazemos hoje repercute amanhã — no solo, na água, no ar, nas próximas gerações.” Curadora Estratégica da FAM, a Sra. Any Regina Rothmann comemorou o Oikos Summit: “Eu fico muito feliz quando ouço os meus coordenadores falarem desse modo profundo, simples e verdadeiro hoje. Ou seja, um repolho, uma couve-flor, não é só uma horta — isso é gente. Vivendo melhor. Comendo melhor. Comendo de verdade. Isso é sustentabilidade ambiental, também.” Na noite, foi lançada nova edição da Coleção Fanciullo – Um Passeio com Gregório: Lições Ambientais — uma publicação que valoriza a infância, a cultura e a formação humanista, reforçando o olhar para o meio ambiente e a vida em sociedade. Também foi apresentada a trajetória do projeto Oikos, que iniciou como um trabalho da turma de MBA, idealizado pelo Patrono Antonio Meneghetti em 2008. “É uma responsabilidade a gente estar aqui hoje, falando um pouco desse projeto que já tem 17 anos, falando sobre coleta seletiva”, afirmou a coordenadora do Oikos, Monique Gularte. Palestrante do evento, o engenheiro ambiental português Tiago Lago abordou temas super relevantes, como a problemática do lixo no Brasil, coleta seletiva e justiça social. “O que nós fazemos no dia a dia reflete em outras partes do mundo e o Recanto Maestro tem um potencial enorme de realizar projetos maravilhosos. Se alguma vez duvidarem de que uma pessoa faz a diferença, pensem, por exemplo, em Martin Luther King, que foi um mero cidadão americano.” Formar para Transformar Um dos pontos altos do Oikos Summit foi a apresentação de três projetos do edital Formar para Transformar com foco em Educação Ambiental. Foram eles: Projeto Educação Ambiental: Mundo Mais Limpo , que impactou 135 alunos da Escola Estadual de Educação Básica Professor Willy Roos; Projeto Quiosque Literário , que impactou 65 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco Simões Pires; Projeto Equipando a Cozinha em Saúde: Capacitação para Alimentação Saudável em Comunidades Vulneráveis , que impactou 100 pessoas da comunidade escolar da instituição Horto Municipal de Faxinal do Soturno, com apoio do Instituto Renascer.
Por Fundação Antonio Meneghetti 3 de junho de 2025
No último domingo, dia 1º de junho de 2025, a Fundação Antonio Meneghetti participou do Desfile da Festa do Imigrante, realizado em Silveira Martins. A instituição e os demais projetos realizados no município foram representados no desfile por uma de suas Bibliotecas Itinerantes, do Projeto Despertando a Formação Inteligente por meio da Leitura, e pelo Projeto Recriar, por meio de suas colaboradoras, a convite da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Desporto e Eventos. A presença no evento reafirma o compromisso da Fundação com a valorização da Região da Quarta Colônia e com a promoção do desenvolvimento humano. Nesse contexto, a Fundação agradece pela oportunidade de participar da Festa do Imigrante e reconhece o trabalho, a dedicação e o senso de responsabilidade dos imigrantes que contribuíram, e continuam contribuindo, para o crescimento e fortalecimento da nossa região.
Por Fundação Antonio Meneghetti 2 de junho de 2025
Joaquin Ramos Yustiz e Artur Paulus Freitas brilham no Concorso Musicale Internazionale em Lizori. A Orquestra Jovem Recanto Maestro (OJRM) conquistou dois importantes prêmios no Concorso Musicale Internazionale, promovido pelo Comitato Civico Lizori, na Itália, neste domingo (25/05). O jovem Joaquin Ramos Yustiz recebeu o primeiro prêmio absoluto, alcançando a pontuação máxima de 100/100 no clarinete. Já o colega Artur Paulus Freitas também foi premiado com o primeiro lugar, obtendo 95/100 na viola. O concurso, realizado em sua quarta edição no Castello Di Pissignano Alto, borgo medieval conhecido como Lizori, reuniu jovens talentos da música erudita de diversas nacionalidades, com idades entre cinco e dezoito anos. Ambos, com 17 anos, competiram na Categoria E – Solistas, voltada a estudantes de conservatórios, escolas privadas e academias de música. Para o coordenador-executivo da OJRM, Michael Fragomeni Penna, que acompanhou os jovens na competição, a conquista representa não apenas o talento individual dos músicos, mas também a alta qualidade da formação oferecida pela Fundação Antonio Meneghetti e Associação OntoArte. “São jovens que se formam no Recanto Maestro com base sólida para conquistar o mundo”, destaca.
Por Fundação Antonio Meneghetti 29 de maio de 2025
Na última quarta-feira 28 de maio de 2025, os alunos do 1º ao 5º ano da EEEM Professor Fábio Nackpar dos Santos, em Candelária (RS), vivenciaram uma manhã especial com a realização das “Olimpíadas do Despertando”, uma atividade lúdica e educativa promovida pelo projeto Despertando a Formação Inteligente por meio da Leitura, da Fundação Antonio Meneghetti. Com o objetivo de incentivar o gosto pela leitura desde a infância, a atividade transformou o ambiente escolar em um espaço lúdico de aprendizado e descoberta. As crianças foram desafiadas a ler, interpretar e colaborar em equipe, vivenciando a leitura de forma dinâmica e divertida A proposta da “Olimpíadas do Despertando” é unir o prazer da leitura, estimulando a inteligência e a criatividade dos alunos. A manhã foi marcada por sorrisos, entusiasmo e momentos de cooperação entre os estudantes.  O convite para realizar a atividade partiu da própria direção da escola, que demonstrou interesse em proporcionar aos alunos uma experiência enriquecedora por meio da leitura. Atendendo ao chamado, a equipe do projeto organizou uma manhã repleta por sorrisos, entusiasmo e momentos de cooperação entre os estudantes.
Por Fundação Antonio Meneghetti 28 de maio de 2025
No mês de maio, os alunos do curso de Administração da Faculdade Antonio Meneghetti (AMF), da disciplina de Desenvolvimento Sustentável, juntamente com a equipe do Projeto Oikos da Fundação Antonio Meneghetti, realizaram uma visita técnica à Fazenda Quinta da Estância, localizada no município de Viamão, no Rio Grande do Sul. Reconhecida nacionalmente como referência em turismo ecológico e signatária do Pacto Global da ONU, a Fazenda Quinta da Estância evidencia seu compromisso com os princípios da sustentabilidade e da responsabilidade socioambiental. O Projeto Oikos, que desenvolve ações de conscientização ambiental e coleta seletiva no Recanto Maestro, uniu-se à turma para essa vivência enriquecedora. Durante a visita, os participantes passaram o dia imersos em atividades e boas práticas sustentáveis, explorando de forma aplicada os conteúdos desenvolvidos em sala de aula. A experiência proporcionou um contato direto com os três pilares do ESG — Ambiental, Social e Governança — reforçando o compromisso com atitudes mais responsáveis e conscientes. Ao final da atividade, os alunos e integrantes do projeto retornaram inspirados a implementar e ampliar ações sustentáveis em seus contextos acadêmicos e sociais, promovendo impactos positivos no meio em que estão inseridos. A atividade também rendeu à Faculdade Antonio Meneghetti um certificado de neutralização de carbono, evidenciando seu compromisso institucional com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental.
Por Fundação Antonio Meneghetti 26 de maio de 2025
A Fundação Antonio Meneghetti deu início à OIKOS Summit: Inteligência Sustentável — uma programação especial dedicada ao fortalecimento do desenvolvimento sustentável e à promoção da educação ambiental. As atividades planejadas ocorrerão tanto no Centro Internacional de Arte e Cultura Humanista Recanto Maestro quanto em instituições de ensino localizadas na região da Quarta Colônia de Imigração Italiana, no Rio Grande do Sul.  Lançado no mês de junho, o OIKOS Summit: Inteligência Sustentável terá suas ações distribuídas ao longo de todo o mês, tendo como ponto alto um encontro acadêmico internacional em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. O evento reunirá práticas de destaque voltadas à agenda ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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